segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

"Deixo amor, mas levo a coragem..."

"E como o vento
O tempo passa tão depressa
Eu cresci também
Eu não sou mais de vocês
Agora é a minha vez
De ser alguém
Vou viajar sem bagagem
Deixo o amor, mas levo a coragem
Eu vou seguir, de mãos vazias
No peito trago a lição
Sei que um dia com meus filhos
Eu vou abrir meu coração
E falar dos meus pais"
Música: Falar dos meus pais - Roupa Nova


Essa música não diz nada sobre os meus pais, mas diz muito sobre como eu me sinto no momento. Após a minha última consulta com o meu neurologista, na sexta passada (26/01), descobri que preciso focar em alguns cuidados. Estou com novos sintomas, que podem sim ter aparecido por novas lesões e ando mais exausta que o normal, no sentido geral da palavra, o que indica um estado depressivo. Perdi o meu pai ano passado e embora ele não fosse o modelo de pai, essa perda me trouxe revelações e mais perdas, pois o luto faz isso, né? Nos deixa ainda mais seletivos e vendo a vida de outra forma. Vai fazer um ano que me despedi dele, sabendo que não o veria mais, a não ser nos meus sonhos e meu estado emocional paralisou. Mesmo eu ainda estando nessa fase, consigo dizer que a lição de tudo isso é "Não há como mudar o passado, mas há como mexer no presente, para um futuro diferente." Mas como saber se estamos no caminho certo? Não imagino que isso seja possível de outra forma além da nossa consciência. Durante as sessões de terapia, quando vomito descontroladamente todos os meus dilemas, ouvi da terapeuta "O que mais você poderia ter feito? Não dependia de você! Não se culpe mais!" Há coisas na vida que fogem do nosso controle e tudo bem chorar, mas não para sempre, ok? Levante, junte cada pedacinho seu que foi espatifado e viva, mas viva bem, não em piloto automático. Todos tem uma história triste para contar, mas são as superações que fazem a diferença. Como eu sei de tudo isso? Não faço ideia, deve ser uma questão de fé, pois no momento estou tentando levantar, para começar a juntas os meus pedaços que de tão esfarelados, já viraram pó. 

Estou de licença por 14 dias do meu trabalho atual, dos quais pretendo aproveitar para me recompor. Vou contar tudo aqui, desde o que me deixou assim, até o que farei para superar, pois eu vou superar, é só uma questão de tempo.

Descobri que todos temos segredos da alma que escondemos a sete chaves, decidi tornar esse blog o arquivo dos meus. Me verão triste, revoltada... mas não para sempre.

Nada dura para sempre. Nem você, nem eu.