terça-feira, 4 de dezembro de 2018

O que os olhos não vêem, a esclerose múltipla esfrega na cara

"O tempo vai passar
Os anos vão confirmar
Às três palavras que eu proferi
Amigo estou aqui"
Toy Story
Tenho duas amigas de sangue, que viveram TUDO comigo desde o início do diagnóstico... me deram carona, passaram noites em claro quando era dia de eu fazer ressonância. Àquelas que eu grito "preciso de vocês" e se materializam pra mim ou eu nem sei que preciso e elas estão comigo mesmo assim. Pois bem, uma delas, mãe de meu afilhado e grávida da minha outra afilhada vai se mudar para 3 horas de distância. Tudo vai ser melhor. Trabalho, escola, qualidade de vida. Estou muito contente por ela, pela família. Mas estamos falando de três horas, uma mudança na rotina, um buraco no meu coração. Ouvi com amor todo seu entusiasmo e prometi pra mim chorar apenas em casa, mas eu precisava levantar para entrar no meu carro e vir para casa no final do nosso encontro... levantei! Porém, mal consegui andar. Em crises de ansiedade ou stress, minhas pernas travam por alguns minutos ou horas, me lembrando que não consigo enganar mais ninguém sobre a forma como me sinto. Chega a ser até um tipo de alerta, quando nem eu percebo o quanto algo me abalou.

Pensa positivo, ela não morreu, pode visita-la quando quiser... podemos por um minuto evitar falsos pensamentos positivos e me permitir estar chateada por uma mudança que eu não queria viver? Nem tudo é superação, podemos nos permitir se chatear, desde que não seja pela vida inteira.