domingo, 19 de janeiro de 2020

2020

"Tu, exagerada tu. Não só quando ama, mas também quando esquece." Allê Barbosa
2019 foi um divisor de águas pra mim e isso nem sempre parece ser bom. O problema de se decepcionar é que nunca é com alguém que não representasse algo pra nós, e no meu caso, representava tudo. Aprendi que nada dura para sempre, o que conforta quando são momentos ruins, mas a gente nunca espera que os bons possam passar também.

E quando em vez de passar, você descobre que eles nunca existiram? Ou melhor, só existiram na sua cabeça ingênua e fantasiosa.

Vivi uma traição tão intensa, que me fez desejar mudar como pessoa, me fez olhar para minhas atitudes e perceber que essa dor é merecida, por cada falha que eu cometi. Como se o universo tivesse guardado tudo, engolido, quieto... e despejasse tudo de uma vez.

Talvez se fosse uma traição entre casal, amigos... teria um efeito mais leve, humano, natural, mas essa foi na alma. Minha alma se equivocou. Como pode?

É a primeira vez que desejo voltar no tempo, perceber todos os alertar que ignorei e não me permitir ser tão enganada.

O que mais dói é saber que mesmo após tudo, nada mudou, pois a sinceridade dos meus atos não consegue transformar essa mágoa em ódio, por mais que eu queira, por mais que eu precise.

Foi real pra mim. É real! Mas não como a falsidade das ações ou como a superficialidade dos sentimentos com que fui correspondida.

A parte boa é que quando se é escritora, o que não me mata vira história. Ainda esse ano termino meu livro novo. Elaboração do luto por ter perdido meu coração e ganhado um cofrinho inquebrável e impenetrável de lata.

Nada dura para sempre, menos a minha certeza de nunca mais acreditar em algo com tanta convicção de novo, principalmente nos meus instintos.