quinta-feira, 14 de março de 2019

O que há de errado comigo?

"Só fazemos melhor aquilo que repetidamente insistimos em melhorar. A busca da excelência não deve ser um objetivo, e sim um hábito." Aristóteles

Uma das coisas que mais me impacta, é com a quantidade de vezes que preciso desmarcar algum compromisso por não me sentir bem. Às vezes não me sinto bem minutos antes, outras me arrumar me cansa o suficiente para eu não conseguir sair. Sinto um cansaço tão intenso, ao ponto de me dar enjoo e precisar de remédio para não vomitar. Essa rotina de sensações começaram a me assombrar sem que eu percebesse e o reflexo das reações das pessoas, não compreendendo as minhas disposições, me afetou ainda mais. Por medo de passar mal, eu passo mal, e de um jeito muito pior, que foi piorando com os anos. Me vi diminuindo o círculo de amigos, afinal, quem não compreende como eu me sinto, pode ser considerado amigo? Mas o círculo foi diminuindo cada vez mais e hoje se resume a nada, a ninguém. Não marco mais compromissos, larguei meu trabalho, pois quem vai manter uma funcionária assim? Nem o INSS compreendia e qualquer licença que eu tirava, recebia "alta" assim que o prazo terminava. Resolvi que não ter compromisso algum, me daria a paz de não dever satisfações. Hoje a minha vida se limita ao meu tratamento: terapia, fisioterapia, acupuntura, consultas... mas eu marco e remarco tantas vezes tudo, que comecei a perceber o quanto estou doente. Não consigo arcar com nenhum tipo de compromisso. Beber coca-cola me ajudava a aliviar a tensão e constrangimento, mas tive um problema no estômago pelo excesso dela e precisei diminuir. É desesperador! Me vejo desmarcando a terapia por não estar bem pra dizer pra psicóloga que eu não consigo repetir mais uma vez, a quantidade de consultas que não fui ou remarquei. Hoje eu chorei, desesperadamente, pedindo ajuda pra Deus, pois o que quer que esteja errado comigo, não estou encontrando força para ajustar. A minha mente quer e quer muito, mas meu corpo não consegue. Seja pela ansiedade que sinto antes e que não me deixa dormir, me dando um sono descontrolado no momento do compromisso e não conseguindo sair da cama, ou passando mal segundos antes de sair. Sempre tenho um motivo muito bom, pelo menos na minha cabeça, que me justifique, resultando em um atraso no meu tratamento e, principalmente, em um total constrangimento. É como um vício, mas ruim, como uma droga... quando menos espero, já desmarquei algo de novo. Minha luta têm sido voltar a cumprir o que preciso e não permitir nenhum aumento na dosagem ou inclusão de mais antidepressivos. Sigo ansiosa e sofrendo para que essa vontade de melhorar seja forte o suficiente para se tornar um hábito.