sexta-feira, 23 de abril de 2021

Em pânico

 Ao menor sinal de estresse, meu corpo vibra e trava.

Desde 2020 vivemos a pandemia do corona vírus. A ansiedade de ficar presa em casa, com medo de sair na rua e ser infectada tem acabado comigo. Ver pessoas doentes, morrendo ou perdendo queridos, completa um nível de estresse que nunca imaginei viver. A impotência me adoece mais que minhas próprias células em atritos.

Em 2017 perdi meu pai, minha saúde nunca mais foi a mesma. Vinha lutando desde então com a minha mente que se recusava a querer melhorar. Cansaço, sofrimento, saudade e a certeza que esse segundo abandono dele era para sempre e contra sua vontade.

Em 2019 perdi um amigo que acreditava ser minha alma gêmea. A certeza de quase tudo em nós ser compatível, menos a prioridade que dávamos um para o outro.

"As pessoas permanecem conosco pelo tempo certo e quando completam suas missões, partem deixando as lembranças e os ensinamentos." Já viu isso em algum lugar? O pensamento mais injusto que já li. Oras, se o tempo é certo deveria causar satisfação ao fim e não abandono.

"O problema é seu. Aprenda. Cresça. Se permita evoluir."

Hoje estou na cama. Não consigo levantar sozinha. Uma perna não é 100% e a outra decidiu não me equilibrar.

Irônico faltar equilíbrio, justamente o que me falta na alma. Como enviar para o corpo o que a mente desconhece?

Um dia de cada vez.

Se ame, se perdoe, aprenda, evolua.

No momento, estou tentando me amar.